Concha interna
Foto; M.Castro
Os opistobrânquios
são moluscos marinhos adaptados à vida em todos os tipos de fundos ou na massa
d’água. Aplysia dactylomela é bentônica, ou seja,vive associada ao substrato
onde rasteja, mas também pode nadar com projeções do pé (parapódios). Na época
de desova são encontradas na zona entre-marés, associadas com algas marinhas,
que lhes servem de proteção e alimento. São animais lentos e de fácil captura
mas, em situações de ameaça, eliminam um líquido púrpura, que facilita sua
fuga. As lebres-do-mar são moluscos encontrados em mares temperados e tropicais
do mundo, onde encontram uma vasta diversidade de predadores (Pennings, 1990b;
Paul & Pennings, 1991; Ginsburg & Paul, 2001; Derby, 2007). Como muitos
opistobrânquios, compensam a perda ou redução da concha com outros mecanismos
de defesa, incluindo as defesas químicas, sejam elas passivas ou ativas. As
defesas químicas passivas não são liberadas sob estresse ou ataque do predador,
mas estão presentes na pele e inibem a predação, e muitas vezes são metabólitos
oriundos da dieta de algas (Ginsburg & Paul, 2001). As defesas químicas
ativas, no entanto, são liberadas sob ataque de predadores, e um exemplo de tal
fato é a liberação de uma nuvem violácea composta por pigmentos e outras
substâncias (Shabani et al., 2007). Essa nuvem pode conter secreções somente da
glândula púrpura, somente da glândula opalina ou de ambas. Os opistobrânquios
são os gastópodos que apresentam brânquias na parte posterior do corpo
(opisto=posterior). Têm cabeça bem desenvolvida, provida de um ou dois pares de
tentáculos. Podem apresentar uma concha interna e uma cavidade posterior
reduzida, onde se encontram as brânquias (cavidade paleal) ou não apresentar
concha nem cavidade paleal, tendo as brânquias expostas. Aplysia dactylomela tem simetria bilateral e
tamanho próximo a 15cm. Apresenta cabeça com dois pares de tentáculos. Sua cor
é amarelo-esverdeada, com manchas negras esparsas. A concha desta espécie
apresenta tamanho reduzido e não é visível externamente pois é encoberta por
uma dobra delgada da epiderme, denominada manto. Os aplisilídeos têm longas
células nervosas e por isto tornaram-se modelos de estudo da aprendizagem e do
funcionamento do cérebro.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Mundial: Tropical e
subtropical; no Brasil, ocorre de Fortaleza a São Paulo. No Estado: A
distribuição na Bahia não é conhecida, mas é freqüente nas praias de Salvador e
do litoral norte.
Aplysia
dactylomela é herbívora, alimentando-se de algas, sobretudo do gênero Ulva
(alface-do-mar).
REPRODUÇÃO:
Como todo
opistobrânquio, Aplysia dactylomela é hermafrodita, e sua cópula promove troca
mútua de espermatozóides. Os ovos são depositados dentro de cordões gelatinosos
amarelos, que ficam presos entre as algas ou em outro substrato e o
desenvolvimento é direto. Rios, Eliezer. Seashells of Brasil. 2 ed. Rio Grande:
Ed. da FURG.1994. 368p.
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Muito boa explicação!Parabéns pelo site!
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